No Brasil, o Paraná é conhecido como um estado onde só moram pessoas brancas, descendentes de europeus e conservadoras. Mas será que essa ideia está certa? A resposta para essa pergunta deixou o jornalista Mauro Lopes, âncora do Fórum Café e editor do portal da Fórum, “impactado”.
A surpresa do jornalista foi revelada durante um programa ao vivo em que ele entrevistava a deputada federal Carol Dartora (PT-PR) (veja a entrevista no vídeo abaixo). Mauro exibiu uma fotografia registrada pela parlamentar durante uma visita ao Colégio Estadual Regina Célia, no município de Arapongas, região norte do estado.
Na imagem, Carol Dartora aparece cercada por estudantes e gestores da unidade. O que causou o espanto, é a constatação de que todos são pessoas negras. Na legenda da postagem da foto em uma rede social, a deputada, inclusive, escreveu: “A cara do Paraná é preta!”
A cara do Paraná é preta! pic.twitter.com/AFlxy53C0B
— Carol Dartora (@caroldartora13) February 24, 2023
“Eu vi esse post seu e fiquei muito impactado com ele. A gente associa a imagem do Paraná sempre com uma imagem de branco, de lugar conservador, de direita. Mas você traz à tona um Paraná diferente. A cara do Paraná é preta mesmo?”, perguntou o jornalista.
Leia também
- Carol Dartora cobra da Seed ações urgentes para professoras, funcionárias e estudantes
- Ratinho Jr. coloca o Paraná na pior colocação do Brasil em índice do Censo Escolar
- Lula reajusta em até 200% bolsas de pesquisa congeladas por Temer e Bolsonaro
“A cara do Paraná é preta também. O Paraná também é preto. Em campanha eu dizia “o Paraná também é nosso”. Esse “nosso” significa todas as outras pessoas que são excluídas dos discursos que são feitos a respeito do que é o Paraná. Existe um outro Paraná ”, respondeu Carol Dartora.
Assista abaixo o vídeo e a entrevista.
“O Paraná também é nosso”
A parlamentar continuou explicando os negros correspondem a 30% da população do estado do Paraná, mas são sub-representados em todos os espaços de poder e decisão. Segundo ela, uma das tarefas de sua atuação política é promover reeducação social, desconstruindo esse imaginário invisibiliza a presença e a atuação da população negra no estado.
“Essa foto é de uma escola que eu visitei na cidade de Arapongas, no interior do Paraná. Uma escola de periferia. Quando eu cheguei lá eu entendi porque tinham me convidado. A escola é preta. A diretora é uma mulher negra, o vice-diretor é um homem negro. E essa é a cara da escola”, disse.
“De acordo com a deputada, assim como a população negra do estado, a escola também enfrenta inúmeras dificuldades. “A escola funciona em um prédio cedido pelo município há muitos anos, ou seja, não tem um prédio próprio. Daí fica nítido porque essa escola é tão precarizada. A gente tira uma foto e a foto fala mil coisas”, completou.