O Ministério da Educação abriu consulta pública para avaliar e reestruturar o Ensino Médio. A ideia é promover uma série de ações, nos próximos 90 dias, para ouvir entidades e especialistas da educação, além de estudantes, professores e gestores escolares, para decidir sobre mudanças no modelo de ensino.
A portaria foi publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira (9). A medida atende a reivindicação de diversas entidades do setor, que pedem a revogação do modelo de ensino aprovado em 2017.
Para a deputada federal Carol Dartora (PT-PR), o novo ensino médio representa o desmonte da Educação, onde os estudantes deixam de ter pensamento crítico e ainda tem sua noção de mundo empobrecida.
“Essa reforma foi aprovada no governo Temer sem a consulta de educadores e especialistas. Agora, essas mudanças começaram a ser implementadas, trazendo muitos prejuízos para nossos jovens. O “NEM-NEM”, nem prepara para a trajetória acadêmica, nem para o mercado de trabalho”, destacou.
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O ministro da Educação, Camilo Santana, disse que o governo já identificou a necessidade de correções. Ele afirma que o governo tem pressa, principalmente, por conta do prazo para o Enem 2024, para não prejudicar os estudantes.
As entidades que pedem a revogação do novo ensino médio alertam que o novo modelo vai na contramão de todos os estudos ligados à área. Elas reclamam que a mudança no ensino médio aconteceu sem espaço para o diálogo com a comunidade escolar.
Pela revogação
No próximo dia 15 de março, organizações do movimento estudantil e dos trabalhadores da educação promovem em todo país o Dia Nacional de Mobilização pela Revogação do Novo Ensino Médio (Lei 13415/2017).
As atividades propostas pela União Brasileira de Estudantes Secundaristas (UBES) contam com apoio de organizações como a Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE) e APP-Sindicato, que sempre lutaram contra a medida.
Mais de 300 entidades já assinaram uma carta em que apontam como a reforma induz jovens de escolas públicas a cursarem itinerários de qualificação profissional de baixa complexidade e ofertados de maneira precária em escolas sem infraestrutura.
De acordo com os movimentos, as alterações no Ensino Médio, aprovadas pelo governo golpista de Michel Temer, foram construídas sem ouvir professores e estudantes. Com isso, precarizou disciplinas básicas e impôs aulas que não ajudam nem na formação profissional qualificada, nem preparam para o vestibular.
Com informações da Agência Brasil e da CNTE.