Carol Dartora destaca combate ao racismo em seminário da Folha de S.Paulo

Em sua participação no seminário “O Setor Público em Transformação”, promovido pela Folha de S.Paulo e pelo Movimento Pessoas à Frente, a deputada federal Carol Dartora (PT-PR) abordou temas fundamentais sobre racismo e igualdade no serviço público, destacando a necessidade urgente de políticas antirracistas para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva.

No evento, que ocorreu nesta segunda-feira (11), Carol trouxe à tona questões profundas sobre o impacto do racismo na sociedade e nos serviços públicos, reforçando a importância da aprovação do PL de Cotas no Serviço Público, além de outras políticas inclusivas.

Racismo e desigualdade social

Para Dartora, o racismo não afeta apenas a população negra, mas toda a sociedade brasileira, gerando pobreza, marginalização e graves problemas sociais. “O racismo é um dos maiores produtores de desigualdade no Brasil. Superá-lo é um passo fundamental para construirmos uma sociedade justa e igualitária”, afirmou a deputada, destacando como o racismo contribui diretamente para a pobreza e precarização social no país.

A visão de lideranças no combate ao racismo

A mesa contou também com a participação de outras vozes importantes na luta pela igualdade racial. A secretária nacional do Ministério da Igualdade Racial, Marcia Lima, destacou a importância de se falar das questões raciais todos os dias, reforçando a necessidade de manter o tema sempre presente no debate público. Neca Setúbal, presidente da Fundação Tide Setubal, alertou para a necessidade de um olhar interno nas instituições, afirmando que antes de se posicionar externamente, é essencial promover mudanças internas nos quadros de funcionários para que o compromisso com a diversidade se reflita na prática.

Na ocasião, a vice-presidente de equidade racial da Fundação Lemann, Alessandra Benedito, frisou a importância da aprovação do PL de Cotas no Serviço Público como um passo essencial para concretizar a equidade no funcionalismo público. Ela acrescentou que, além da aprovação da lei, é crucial fornecer ferramentas de capacitação e desenvolvimento para assegurar a expansão e a permanência dos cotistas na administração pública.

Desigualdade racial no mercado de trabalho e necessidade de cotas

Carol Dartora também abordou a realidade da desigualdade racial no mercado de trabalho, onde as pessoas negras continuam ocupando os cargos mais baixos e com os menores salários. Para a deputada, essa é uma questão de justiça e eficiência social. “As cotas são um instrumento necessário para garantir a eficiência dos serviços públicos e a qualidade em áreas como educação, saúde e segurança”. Carol também destacou que, embora as cotas sejam uma conquista do movimento negro, ainda há resistência em sua implementação e no combate ao racismo institucional.

Perdas salariais e o impacto econômico do racismo

Dartora também apresentou dados alarmantes sobre os danos materiais causados pelo racismo, mostrando que homens negros deixaram de receber R$ 61,67 bilhões e mulheres negras R$ 41 bilhões em função das desigualdades raciais. Essas perdas representam uma barreira ao desenvolvimento econômico e social do Brasil, perpetuando ciclos de pobreza e exclusão.

A importância da representatividade no serviço público

Durante o painel, Carol destacou a importância da representatividade negra no serviço público para assegurar que todos os cidadãos sejam tratados com igualdade e respeito. Ela também lembrou o papel essencial da educação para as relações étnico-raciais nas escolas, uma pauta defendida há anos por professores negros comprometidos com a promoção do letramento racial.

Combate ao racismo desde a infância

A deputada finalizou sua participação no evento com um apelo para que o combate ao racismo comece na primeira infância. Segundo ela, atitudes racistas, quando não enfrentadas, tornam-se enraizadas na sociedade e afetam todos os setores, incluindo o serviço público.

Por fim, Dartora diz que o Brasil precisa de políticas eficazes de combate ao racismo para promover a diversidade e fortalecer a convivência e o respeito às diferenças.