Paraná precisa de 20 mil professoras, mas Ratinho anuncia só 1,2 mil vagas

Último concurso público para educação estadual foi há 10 anos e ofertou 10 mil vagas; além de não repor profissionais, gestão Ratinho Jr. colocou o Paraná na pior colocação do Brasil em índice do Censo Escolar

A educação pública estadual do Paraná vem sofrendo diversos ataques nos últimos anos. A falta de professoras e pedagogas contratadas por concurso público é só um dos problemas. Nesta semana, o governo Ratinho Jr. anunciou que fará um concurso público para a área, mas com apenas 1,2 mil vagas, número 17 vezes menor do que a demanda.

Segundo a APP-Sindicato, organização que representa a categoria, a rede estadual de ensino conta atualmente com mais de 20 mil profissionais contratadas de forma emergencial. Essa quantidade de trabalhadoras temporárias é para atender justamente a falta de contratação de professoras e pedagogas concursadas em todo o estado.

A deputada federal Carol Dartora (PT-PR) lembra que o último concurso para professoras aconteceu no ano de 2013 e ofereceu 10 mil vagas. Ou seja, o concurso realizado há uma década ofereceu número de vagas oito vezes maior do que o anunciado agora por Ratinho Jr.

“Essa quantidade de vagas é insuficiente. É um absurdo. A nossa categoria luta há anos por esse concurso. É uma necessidade central para garantir o direito à carreira e qualidade de verdade para a educação dos estudantes paranaenses”, comentou a deputada.

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Propaganda e precarização

Para a parlamentar, o governo do estado precisa garantir o número de vagas de acordo com a necessidade real da rede de ensino. Ela também cobra a revogação da terceirização das funcionárias de escola e concurso público para essa categoria. “Não adianta o governo ficar gastando dinheiro com propaganda e tratando as trabalhadoras da educação com desprezo e precarização”, criticou.

Um exemplo de que o governo sabe da gravidade do problema, mas não prioriza a educação, são as declarações do próprio secretário estadual da Educação, Roni Miranda. Segundo ele, o modelo de contratação emergencial, o chamado PSS, provoca uma grande rotatividade das professoras, situação que “reflete na qualidade do ensino e na aprendizagem dos estudantes”.

Outro grave problema do PSS, é que as professoras e pedagogas têm todas as obrigações, mas são impedidas de construir carreira e receber os benefícios e direitos que as trabalhadoras concursadas possuem. Neste sistema de contrato emergencial, as profissionais são mandadas embora, dentro de um prazo máximo de dois anos de trabalho, e não recebem nem seguro-desemprego.

Pior colocação do Brasil

O mandato da deputada federal Carol Dartora também analisou dados divulgados recentemente pelo Ministério da Educação e identificou que a gestão Ratinho Jr. colocou o Paraná na pior colocação do Brasil em índice do Censo Escolar.

De acordo com as informações, o Paraná tem apenas 4,4% dos estudantes de ensino médio das escolas públicas estudando em tempo integral. O índice é quase cinco vezes menor que a média nacional (20,4%) e 14 vezes menor do que o primeiro colocado no ranking, o estado de Pernambuco (62,5%). Clique aqui para ler a matéria completa.

“O governo do Paraná não pode continuar tratando as trabalhadoras da educação e os estudantes da forma como vem fazendo. Por isso, o nosso mandato vai continuar apoiando a luta da categoria, tanto na atuação no nosso estado, quanto em Brasília, para que essa realidade seja transformada e tenhamos avanços”, completou Carol Dartora.

Com informações da AEN e da APP-Sindicato.

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Você sabia que a educação pública do Paraná está sendo destruída? No vídeo abaixo, Carol Dartora (PT) e a presidenta da APP-Sindicato, Walkiria Mazeto, explicam como o governador Ratinho está gastando o dinheiro da educação pública com empresas privadas e precarizando a qualidade do ensino. Assista ao vídeo ou clique aqui para ler essa notícia completa.