Marielle Franco: a luta contra a violência política de gênero continua

Cinco anos após o assassinato de Marielle, a luta por respostas, por direitos, pela vidas das mulheres, por justiça continua! Marielle é semente de uma revolução ancestral

Hoje, completa 5 anos desde o assassinato de Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro, e Anderson Gomes, seu motorista.

O crime, que aconteceu na noite do dia 14 de março de 2018, é um caso claro de violência política de gênero, onde uma mulher negra, favelada e lésbica ocupou um espaço que não foi idealizado para ela, um espaço agressivo com as mulheres, racista, classista e LGBTfóbico.

A luta por justiça continua! Marielle e Anderson não serão esquecidos, são sementes de uma revolução.

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MARIELLE

Socióloga e política, Marielle Franco foi eleita vereadora do Rio de Janeiro em 2016, sendo a quinta mais votada. Marielle morou sua vida toda no Complexo da Maré e, por vir de um contexto de violência policial dentro da comunidade, foi militante feminista negra, defensora dos direitos humanos e do movimento negro. Denunciou abusos de autoridades policiais e lutou pela justiça para os mais pobres.

LEGADO

Sua voz ecoa mesmo depois de sua partida. Sua luta por justiça social continuou através do Instituto Marielle Franco, fundado por sua família. O Instituto promove ações com objetivo de acolher, incentivar e formar meninas e mulheres negras da favela e multiplicar o legado de Marielle.

O CASO

Em 14 de março de 2018, Marielle Franco e Anderson Gomes foram brutalmente assassinados a tiros no Rio de Janeiro. No dia seguinte, aconteceram manifestações em todo o país em homenagem às vítimas que comprovaram a potência que uma mulher negra e favelada tem.

QUEM MANDOU MATAR MARIELLE?

Em 2018 as investigações apuraram a existência do Escritório do Crime, um grupo de assassinos ex-policiais. Em 2019 ocorreu a prisão de Ronnie Lessa e Élcio Vieira de Queiroz acusados de executar o assassinato. Foram inúmeras interferências e reviravoltas no caso, colocando até o presidente da república, na época Jair Bolsonaro, como suspeito de interferências.

O caso ainda não foi concluído, mas o pedido de justiça continua a ecoar em manifestações e atos: Quem mandou matar Marielle?

VIOLÊNCIA POLÍTICA DE GÊNERO

O assassinato de Marielle foi um exemplo de caso extremo de violência política de gênero. Uma violência que começa muito antes de uma mulher entrar na política, iniciando já na nossa educação, no mito de que política não é para mulheres, nas barreiras impostas para que possamos nos candidatar e eleger.

As poucas que chegam a esses cargos se tornam alvos. São hostilizadas, expostas, humilhadas e, no caso de Marielle, morta.

O espaço da política não é pensado para mulheres, ele é agressivo e hostil para as que insistem em conquistar seu lugar de direito. Ele também é racista, classista e LGBTfóbico, tentando afastar a todos que ameaçam o status quo de uma política de homens brancos cis.

A LUTA CONTINUA

Hoje, 5 anos após a morte de Marielle e Anderson, a luta continua. Continuaremos lutando pela ascensão de mulheres negras na política, pela proteção e respeito às mulheres que ocupam esse espaço e por justiça no caso Marielle.

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