A vereadora Carol Dartora fez duras críticas ao projeto do prefeito de Curitiba, Rafael Greca (DEM), que renova o repasse milionário de recursos públicos para as empresas concessionárias do transporte coletivo. A matéria foi aprovada nesta quarta-feira (29) em segundo turno por 21 votos favoráveis e 13 contrários. No texto, votado em regime de urgência, ainda foi incorporada uma emenda autorizando a prefeitura pagar também parcelas de empréstimos feitos pelas empresas para a renovação de parte da frota.
“É muito triste a gente presenciar a barbaridade, o horror que está acontecendo nesta Câmara de Vereadores. A gente poderia estar discutindo aqui tarifa zero, que os passageiros não tivessem neste momento de tanta crise que estar pagando transporte público, mas a prefeitura escolhe fazer essa transferência do recurso público [para as empresas] e continuar cobrando a tarifa do uusuário. Um absurdo!” comentou Dartora. Assista ao vídeo e confira a íntegra do discurso.
Em sua fala, Carol também destacou que o projeto foi votado de forma acelerada e sem o envio das informações necessárias para estudo do assunto. Líder da oposição, Dartora conseguiu o apoio de 12 vereadores para protocolar um requerimento cancelando a urgência, mas a proposta foi rejeitada com os votos e articulação da base aliada ao prefeito.
Assim como no pedido de extinção do regime de urgência, a votação do projeto em primeiro turno, na última segunda-feira (27), foi marcada pelo “tratoraço” dos vereadores que apoiam o prefeito. Essa situação reforçou os argumentos da oposição de que o governo também está impedindo a população de participar da discussão sobre o destino do dinheiro público.
O mandato da vereadora Carol Dartora também fez um levantamento e constatou que o mesmo montante de recursos que estão sendo destinados para as empresas de ônibus, seria possível atuar na solução de vários problemas sociais de Curitiba.
De acordo com os cálculos, os R$ 415 milhões seriam suficientes para construir cerca de 7 mil casas populares ou para pagar vale-gás no valor de R$ 100 para 173 mil famílias curitibanas durante dois anos.
Segundo a Cohab, Curitiba possui mais de 40 famílias vivendo de forma precária em ocupações irregulares. Dados do IBGE apontam que na capital paranaense mais de 51 mil famílias estão usando lenha ou carvão para cozinhar, devido ao empobrecimento e também à política do governo Bolsonaro que encareceu o preço do gás.