Governo Lula vai suspender implementação do novo ensino médio e mudanças no ENEM 2024

Informação foi confirmada nesta segunda-feira (3) pelo ministro da Educação; durante a suspensão, comunidade escolar e especialistas serão ouvidos em consulta pública

O governo do presidente Lula deve publicar nos próximos dias uma portaria suspendendo a implementação do novo ensino médio e mudanças no ENEM 2024. A decisão foi confirmada nesta segunda-feira (3) pelo ministro da Educação, Camilo Santana, durante entrevista ao jornal Diário do Nordeste.

“Não é só simplesmente chegar e revogar, é preciso discutir. É isso que nós precisamos fazer. Espero que nesses 90 dias da portaria, a gente possa ter uma decisão e deveremos suspender qualquer mudança no Enem em relação a 2024 por conta dessa questão do novo ensino médio”, disse o ministro.

A declaração acontece dias depois da comunidade escolar organizar uma manifestação nacional pela revogação do novo ensino médio. O último dia 15 de março foi marcado por mobilizações em todo o país contra as alterações aprovadas no governo golpista de Michel Temer e que ignoraram as opiniões de educadores, especialistas e dos movimentos sociais e sindicais.

Para a deputada federal Carol Dartora (PT-PR), que é professora, esse é mais um passo positivo do governo do presidente Lula para ouvir a sociedade e reconstruir um modelo de educação de qualidade e democrático.

“Essas mudanças que fizeram no ensino médio representam um dos maiores retrocessos vistos na educação do nosso país e, por isso, precisam ser corrigidas com urgência. Precisamos de um Ensino Médio que incentive o pensamento crítico, que respeite o contexto social de cada comunidade e a autonomia das profissionais da educação”, comenta a deputada.

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Consulta pública

De acordo com as informações divulgadas até o momento, a suspensão deve ocorrer pelo menos enquanto durar a consulta pública aberta pelo governo Ministério da Educação em março para ouvir entidades e especialistas da educação, além de estudantes, professores e gestores escolares, para decidir sobre mudanças no modelo de ensino.

A possibilidade de revogação do novo ensino médio, como defendem as entidades sindicais e os movimentos estudantis dependerá de votação no Congresso Nacional