Nesta quarta-feira (26), a deputada federal Carol Dartora (PT-PR) conversou com o jornalista Conde sobre o Projeto de Lei de Cotas no Serviço Público e o racismo ambiental. À TVT, Dartora enfatizou que seu mandato está comprometido com a pauta ambiental, as mulheres negras e a população marginalizada em geral.
“A Lei de Cotas no país precisa ser renovada, aprimorada e aprovada. Já fazem dez anos que ela foi publicada, e precisa de refinamento. É estarrecedor que as pesquisas mostrem que as universidades públicas foram as que menos cumpriram as cotas. Esses espaços precisam ser ocupados por mais pessoas negras. O texto está refinado e precisa agora ser votado na Câmara dos Deputados”, defendeu Carol.
O texto da Lei de Cotas de Curitiba, de autoria de Carol Dartora e sancionada em 20 de dezembro de 2021, embasou as mudanças propostas pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos e o Ministério da Igualdade Racial ao texto do senador Paulo Paim (PT-RS), que acolheu as recomendações.
“As cotas raciais são uma vitória para o movimento negro. No Brasil, a desigualdade racial é estrutural. Não somos excluídos apenas pelo contexto social, mas pela cor da pele, ou seja pelo fenótipo. A questão racial no Brasil vai além da questão econômica. Queremos cotas em todo o serviço público e ver a população negra ocupar cargos de diplomata, juiz e desembargador. O texto explicita isso”, ressaltou Dartora.
O Projeto de Lei 1958/2021, que está parado na Câmara dos Deputados, propõe a inclusão de indígenas e quilombolas no sistema de reservas de vagas em concursos públicos, atualmente destinado apenas a pessoas negras, e a ampliação da reserva de vagas de 20% para 30%.
Racismo Ambiental
Dartora, com sua vivência de mulher negra e periférica, e enquanto vereadora de Curitiba, observou a falta de integração entre o meio ambiente e a vida urbana, além do impacto das fumaças das fábricas e da ausência de políticas de habitação. “Agora, como deputada federal, tenho a oportunidade de aprofundar o debate. Essa é a pauta do futuro”, declarou.
Agrotóxicos
“Como fui eleita pelo Paraná, venho da Mata Atlântica, mas o estado se vende de forma deturpada como tendo questões ambientais bem resolvidas, porque o agronegócio é muito presente. No entanto, o agronegócio comete diversas violações, como o uso de agrotóxicos em plantações com drones, que impactam negativamente o meio ambiente, especialmente as águas. As comunidades periféricas acabam consumindo água contaminada, o que, conforme pesquisas, causa problemas na saúde mental. Estamos denunciando essas problemáticas”, pontuou Carol Dartora.