Mais um caso de racismo em Curitiba. Desta vez a vítima foi um funcionário terceirizado da Câmara Municipal que atua na segurança do prédio. Anoema Lopes, uma mulher branca, foi detida e encaminhada para a delegacia após proferir falas racistas contra Marcelo Melo, um homem negro. “Preto tem que ser serviçal” teria sido apenas uma das frases.
O mandato da vereadora Carol Dartora acompanhou a situação e cobra a apuração e a punição do caso. Na delegacia, a mulher foi autuada por injúria racial, alegou que fez uma brincadeira e foi liberada em seguida.
Brincadeira pra quem? Quem se divertiu com essa suposta brincadeira? Quem autorizou “brincar” com as nossas dores, com as nossas vidas? Basta! Racismo não é brincadeira. Racismo é crime!
Veja no vídeo abaixo o relato da vítima
Veja no vídeo abaixo o momento em que a mulher foi detida
Nota Oficial da Câmara Municipal
A Câmara Municipal de Curitiba (CMC) confirma que, na tarde desta quinta-feira (8), registrou uma situação de injúria racial nas suas dependências e que o caso foi reportado à Polícia Civil para averiguação e possível enquadramento como racismo. A vítima, um funcionário terceirizado da Casa, foi registrar o boletim de ocorrência acompanhada de um procurador jurídico da CMC, que é membro da Comissão de Igualdade Racial da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR). Ele receberá todo o apoio institucional da Câmara de Curitiba durante o desenvolvimento do caso.
A CMC reafirma que repudia o racismo ou qualquer outro tipo de discriminação em todas as suas formas. Esperamos que este caso tenha um encaminhamento exemplar, para que situações deste tipo cessem de acontecer. A CMC também reafirma o apoio da instituição aos seus funcionários terceirizados, em especial à equipe de vigilância patrimonial, para que se sintam amparados para denunciar casos de racismo e quaisquer tipos de discriminação.
Os fatos
Às 13h35, uma mulher procurou a recepção da CMC, dizendo que participaria de uma audiência pública agendada para esta tarde. Ao perguntar sobre onde seria realizada, o funcionário terceirizado da Câmara, membro da equipe de vigilância patrimonial, indicou a direção do plenário e, após a visitante pedir a ele um copo d’água, ao que foi gentilmente atendida, ela se reportou ao fato do funcionário ser negro e começou a fazer vários comentários preconceituosos, de cunho racial, em sequência, só parando com a chegada de outra visitante que ia para a mesma audiência.
Após o ocorrido, o funcionário procurou a Diretoria de Segurança da CMC, reportou o ocorrido e a Guarda Municipal de Curitiba foi acionada para conduzir a visitante às autoridades policiais. Isto se deu por volta das 15h30, quando ela foi retirada da audiência pública para a lavratura do flagrante.