Educação e ações afirmativas têm poder de emancipação, garante deputada Carol Dartora

Durante abertura de seminário da UFPR, parlamentar reafirmou defesa das cotas como uma das prioridades de seu mandato

“Eu sou uma mulher preta nascida na cidade de Curitiba, que vem de uma família preta desse estado do Paraná, esse estado que sofre com esse racismo estrutural pesadíssimo, que impõe inúmeras dificuldades, inúmeras barreiras, ao passo que eu sou a primeira pessoa da minha família a ter tido acesso a pós-graduação, a ter tido acesso ao mestrado, a ter tido acesso ao doutorado. As ações afirmativas têm lugar tremendo nessa trajetória que eu construí aqui”.

Essa fala é de Carol Dartora (PT), primeira mulher negra eleita vereadora de Curitiba e deputada federal do Paraná, nesta segunda-feira (27), durante a abertura do seminário Relações Étnico-Raciais e Ações Afirmativas no Brasil e na América Latina. O evento é organizado pela Superintendência de Inclusão, Políticas Afirmativas e Diversidade (SIPAD) da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

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A parlamentar destacou o papel da educação e das ações afirmativas em sua trajetória de vida e de luta política. Segundo Carol, um projeto de inclusão de pessoas negras na pós-graduação, oferecido pela universidade, foi fundamental para criar as condições para seu ingresso no mestrado.

“Eu não tive acesso a iniciação científica e sei que isso tem marcas do racismo. O projeto Pré-pós supriu essa necessidade e também oportunizou conhecimentos para aplicar no cotidiano, na vida social, de forma que eles se tornaram instrumento da minha luta política. Então isso embasou demais a minha trajetória e eu chego aqui agora é depois de ter me eleito aqui na cidade de Curitiba como vereadora e agora como deputada”, comentou.

Carol Dartora disse que um dos desafios é ampliar a presença nos espaços institucionais para que as ações tenham cada vez mais suporte, sejam cada vez mais ampliadas e tenham cada vez mais abrangência. Neste sentido, informou que uma das prioridades de seu mandato será a atuação na revisão da lei de cotas. Disse ainda que sua eleição é também uma conquista da universidade e de todas as pessoas que lutam por acesso à educação.

“A gente sabe o quanto a educação tem esse poder. É um fato, não é clichê dizer que a educação tem o poder de construir instrumentos necessários para a emancipação do nosso país”, concluiu, agradecendo os presentes e os integrantes da mesa de abertura do evento.

Seminário

Segundo a UFPR, o evento tem como objetivo geral desenvolver um estudo em rede sobre ações afirmativas em universidades brasileiras e em diferentes países da América Latina. Para isso, articula uma rede de pesquisa nacional com pesquisadores de outros países, Argentina, Colômbia, México e Uruguai. Busca, ainda, trazer reflexões pertinentes a respeito de conexões entre discursos sobre relações étnico-raciais, e a efetivação de ações afirmativas de recorte étnico-racial em diferentes países da América Latina, entre outras.

Para saber mais, acesse o site da Superintendência de Inclusão, Políticas Afirmativas e Diversidade (SIPAD).

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