Câmara de Curitiba aprova homenagem à Enedina Alves Marques e Irmãos Rebouças

CMEI e escola da Vila Torres receberão nome de engenheiros negros pioneiros no país

Durante esta semana da Consciência Negra, a Câmara Municipal de Curitiba aprovou dois projetos de lei para dar visibilidade a personalidades negras de grande relevância histórica para a cidade.

Um dos projetos denomina o Centro Municipal de Educação Infantil Vila Torres como CMEI Enedina Alves Marques, a primeira engenheira negra do Brasil. A outra proposta altera para Irmãos Rebouças, os primeiros engenheiros negros do Brasil, o nome da Escola Municipal Vila Torres.

De iniciativa do vereador Pier Petruzziello (PTB), os projetos receberam também a assinatura da vereadora Carol Dartora (PT) e outros vereadores. Agora os textos seguem para sanção do prefeito.

Enedina

Graduada em 1945, Enedina foi a primeira mulher a concluir o curso de Engenharia Civil na Universidade do Paraná, atual UFPR, numa turma formada por homens brancos. Ela trabalhou como auxiliar na Secretaria de Estado de Viação e Obras Públicas e, em seguida, foi transferida para o Departamento Estadual de Águas e Energia Elétrica do Paraná.

Atuou no desenvolvimento do Plano Hidrelétrico do Paraná, com destaque ao projeto da Usina Capivari-Cachoeira. A engenheira se aposentou em 1962, com reconhecimento profissional, e faleceu em 1981, aos 68 anos.

Dartora destacou que Enedina também foi uma das profissionais responsáveis pela construção da Biblioteca Pública do Paraná e outras obras invisibilizadas. A vereadora apontou que os trabalhos da Comissão Especial da Visibilidade Negra, da qual é presidente, justamente vêm no sentido de recontar a história da população negra de Curitiba “para que a gente possa se olhar e se sentir pertencente”.

“Me somo à fala da vereadora Carol. Foram votados vários projetos [nesta semana] e vimos avanços na Câmara, da [pauta da] Consciência Negra”, completou João da 5 Irmãos (PSL), vice-presidente do colegiado.

Irmãos Rebouças

Nascidos na Bahia, em 1838, Antônio e André Rebouças estudaram na Europa e retornaram ao país para trabalhar no ramo de construção de estradas, no qual eram especialistas.

Deixaram legado ao Paraná pela construção da Estrada da Graciosa, ligação com o litoral do estado, e a Estação Ferroviária de Curitiba, que trouxe grande desenvolvimento à cidade.

Também trabalharam nas obras do primeiro chafariz público da capital, na praça Zacarias; do Parque Nacional do Iguaçu; e da ferrovia Paranaguá-Curitiba. Os irmãos ainda se destacaram no movimento abolicionista.

Consciência Negra

A pauta alusiva à Semana da Consciência Negra, na CMC, começou na noite da última quarta-feira (17), com sessão solene promovida por Carol Dartora, Herivelto Oliveira (Cidadania) e Renato Freitas (PT).

Na Tribuna Livre desta manhã, a Câmara de Curitiba recebeu a professora Ana Helena Passos, do Instituto Ella Criações Educativas. A convite da Comissão Especial da Visibilidade Negra, ela falou sobre as pesquisas na área de relações étnico-raciais e branquitude.

Texto com informações da Câmara Municipal de Curitiba.