O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) recebeu nesta semana o pedido de registro da candidatura da professora Carol Dartora (PT) para o cargo de deputada federal nas eleições deste ano.
Primeira mulher negra eleita vereadora na história de Curitiba e terceira candidata mais votada em 2020, Dartora pode fazer história novamente quebrando barreiras do racismo e do machismo. Se for eleita, será a primeira mulher negra a representar o Paraná na Câmara Federal.
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Questionada sobre como decidiu ser candidata, ela destaca a baixa presença de mulheres negras na política e que isso impede o desenvolvimento do país. “Só teremos democracia efetivamente no Brasil quando a diversidade de gênero, raça e classe do nosso país estiver representada nos espaços de poder e decisão”, afirma.
O primeiro turno das eleições está marcado para o dia 2 de outubro e o segundo, se houver, no dia 30 de outubro. Já a propaganda eleitoral começa oficialmente no dia 16 de agosto. A partir dessa data os candidatos poderão pedir voto e divulgar o número de urna.
Mulheres negras
De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral, dos 513 deputados federais, temos apenas 13 deputadas que são mulheres pretas ou pardas, ou seja, 2,5% do total. Esses números revelam o tamanho da desigualdade de representação das mulheres negras, já que elas são cerca de 28% da população, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Para Carol, essa situação reflete diretamente nos dados socioeconômicos do Brasil, que apresentam as mulheres e as pessoas negras como os principais grupos afetados pelos problemas sociais.
“Assim como estamos fazendo história em Curitiba, precisamos levar para o Congresso Nacional uma nova cultura política para transformar as estruturas racistas e machistas da nossa sociedade”, diz Carol.
Mandato atuante
Com um mandato representativo na Câmara Municipal de Curitiba (CMC), Carol Dartora é uma das parlamentares mais produtivas e atuantes da capital, exercendo um trabalho fundamental na elaboração de leis no município, construindo políticas públicas que visam mudar estruturas da sociedade.
Em apenas um ano e meio de trabalho, já aprovou duas leis estratégicas, cotas para pessoas negras e povos indígenas nos concursos públicos e prioridade no atendimento de mulheres em situação de violência.
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Assim como ousou em dar voz a população historicamente invisibilizada, essa candidatura representa a esperança de construção de um amanhã inclusivo e que garanta dignidade àquelas que mais precisam.
Além de mulheres e população negra, sua atuação tem pautado demandas e propostas de soluções para problemas das áreas LGBTQIA+, educação, universidades, imigrantes e refugiados, meio ambiente, habitação, transporte público, servidores municipais, saúde, direitos humanos, segurança pública, povos indígena e comunidades tradicionais, população em situação de rua, entre outras.
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Quem é Carol Dartora?
É professora de História, tendo exercido a profissão como servidora PSS na rede pública estadual. É militante da Marcha Mundial das Mulheres e do Movimento Negro Unificado e foi secretária estadual da Mulher Trabalhadora e dos Direitos LGBTQIA+ da APP-Sindicato.
Carol nasceu e foi criada em Curitiba. Graduada em História pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), é especialista em Filosofia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), mestre em Educação pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e doutoranda em Tecnologia e Sociedade pela Universidade Tecnológica Federal da Paraná (UTFPR).
Na Câmara Municipal exerce as funções de procuradora-adjunta da Mulher, presidenta da Comissão da Visibilidade Negra, vice-presidenta da Comissão de Direitos Humanos e integrante da Comissão da Educação.