Carol Dartora destaca avanços nas eleições de 2024, mas alerta para violência política contra mulheres e minorias

Em discurso no Plenário, nesta terça-feira (8), a deputada federal Carol Dartora (PT-PR) parabenizou às candidaturas eleitas nas eleições municipais de 2024, celebrando principalmente as mulheres, pessoas negras e LGBTQIAPN+. Segundo Dartora, os números mostram avanços significativos, mas também evidenciam os desafios de representatividade e as violências políticas que ainda persistem.

A deputada ressaltou que, em 2024, foram eleitos 26.789 vereadores negros, um pequeno aumento em relação a 2020, mas ainda abaixo da representatividade necessária. Dartora destacou a importância de trazer à tona os quase 10 mil candidatas e candidatos que mudaram sua autodeclaração de cor ou raça desde 2016, evidenciando as pressões e dificuldades enfrentadas pelas candidaturas negras. Ela lembrou ainda que, em 2020, 50% dos recursos dos fundos partidário e eleitoral eram destinados a essas candidaturas, mas o percentual foi reduzido para 30% em 2024, agravando a sub-representação.

Outro ponto positivo mencionado pela parlamentar foi o aumento expressivo de candidaturas LGBTQIAPN+. Neste ano, o Brasil registrou 225 candidaturas eleitas, um aumento de 130% em relação ao pleito de 2020. “Isso significa mais vozes diversas e corajosas nas câmaras municipais de todo o país, lutando por uma política mais inclusiva”, afirmou Carol. Ela citou Porto Alegre como um exemplo de destaque, com cinco pessoas LGBTQIAPN+ eleitas.

Contudo, apesar dos avanços, Carol Dartora fez um alerta sobre a violência política que mulheres e minorias enfrentam diariamente. De acordo com a parlamentar, a tentativa de silenciar essas vozes vai além do período eleitoral, manifestando-se por meio de invalidações, ameaças e coações. Na ocasião, ela destacou o caso do Paraná, que lidera a região Sul em denúncias de assédio eleitoral. Até 19 de setembro, o Ministério Público do Trabalho (MPT) registrou 18 denúncias no estado e 319 em todo o Brasil, um aumento expressivo comparado às 68 denúncias em 2022.

“A coação, intimidação e constrangimento para influenciar o voto atinge, principalmente, mulheres, negras, LGBTQIAPN+ e aquelas que atuam em setores mais vulneráveis”, pontuou Dartora. Ela também mencionou casos recentes de violências políticas, como as ameaças contra as parlamentares Tainá de Paula (PT-RJ) e Tabata Amaral (PSB – SP).

Dartora encerrou seu discurso enfatizando a necessidade de combater a cultura política de violência contra as mulheres, que se manifesta por meio da descredibilização e de atos que minam, diariamente, a presença feminina nos espaços políticos. “Seguimos firmes, por nós e pelas futuras gerações. Não vamos nos calar”, concluiu.