Da Assessoria
A deputada federal Carol Dartora (PT-PR) solicitou a inclusão do estado do Paraná nas discussões da Comissão Especial do Fundo Nacional de Reparação Econômica e de Promoção da Igualdade Racial (FNREPIR), durante a primeira reunião da comissão. O estado havia sido inicialmente excluído dos debates.
Segundo a parlamentar, é fundamental reconhecer que o Paraná não é um Estado exclusivamente branco, como muitas vezes se propaga erroneamente. Há uma expressiva população negra historicamente inviabilizada, que precisa ser ouvida e contemplada nas políticas de reparação.
“O Paraná precisa ser inserido nos debates do fundo de reparação da escravidão porque foi profundamente impactado por esse processo, embora isso raramente apareça nos livros. O estado sofre com a inviabilização da população negra que ali vive. Existe uma falsa percepção de que o Paraná é um estado branco, ao contrário de locais como Salvador e Rio de Janeiro. Isso é uma falácia”, afirmou.
*Dados históricos*
Segundo a parlamentar, dados históricos comprovam a importância da participação de pessoas negras no desenvolvimento e para a história do Estado e do país.
Carol Dartora destacou que o Porto de Paranaguá foi um ponto estratégico para a entrada e a circulação de pessoas escravizadas, que chegavam de outras províncias e eram encaminhadas para o interior. Lá, trabalhavam em engenhos, na atividade tropeira, em lavouras e na produção de erva-mate.
“No século 19, cerca de 40% de sua população do Paraná era composta por pessoas negras, escravizadas ou libertas. Esse dado demonstra que a presença negra no estado não foi marginal. A história nos revela também a importância e relevância de figuras negras fundamentais para o Paraná e Brasil como foram os grandes engenheiros irmãos Rebouças, e a primeira engenheira do Brasil, Enedina Alves Marques, uma mulher negra. Essas contribuições foram silenciadas, e o racismo se estruturou e segue produzindo desigualdades profundas nesse estado até hoje”.
Além dessa importância histórica, Dartora mencionou também que esse debate no Paraná é fundamental porque são crescentes as células neonazistas e a xenofobia no estado.
Para a deputada, a inclusão do Paraná nos seminários regionais do FNREPIR representa mais do que presença: é um passo concreto para transformar a memória em ação.
“Reparar é reconhecer que não história do Paraná, nem do Brasil, sem o povo negro. O fundo de reparação histórica é o instrumento necessário para transformar essa dívida em dignidade e futuro”, frisou.
O relator da Comissão, deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), acatou o pedido da Dartora, e propôs uma articulação em conjunto para viabilidade de agendas no Paraná.
*Mais informações*
Joana Dantas
Gabinete da Deputada Federal Carol Dartora
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Legenda da foto em anexo: Kayo Magalhães / Câmara dos Deputados