Lideranças da ONG Mães Pela Diversidade estiveram na manhã desta quarta-feira (8) para entregar aos vereadores uma carta contra a aprovação de homenagem para uma psicóloga ativista da chamada “cura gay”. “Título de cidadã honorária para quem fomenta o ódio: uma vergonha para Curitiba”, denuncia o título do documento.
A vereadora Carol Dartora (PT) recepcionou as lideranças e acompanhou o diálogo com o presidente da Casa, vereador Tico Kuzma (Pros), e o presidente da Comissão de Direitos Humanos, vereador Márcio Barros (PSD) sobre a questão.
“A nossa sociedade não tolera mais isso e a gente precisa que o prefeito Rafael Greca vete esse projeto, porque uma pessoa que promove terapia de conversão sexual, a chamada “cura gay”, não merece título de cidadania honorária”, disse Dartora.
Assista ao vídeo: Carol Dartora vota contra homenagem para ativista da “cura gay”
Nadine Torres e Marisa Félix destacaram que a referida homenagem representa uma violência contra os direitos das pessoas LGBTQIA+. “Pedimos que essa honraria, destinada aos cidadãos que fazem o bem pela cidade, seja revista. O bem não convive com o ódio. Cidadania é para quem respeita os direitos humanos.”, diz o documento.
Leia a íntegra da carta da ONG Mães Pela Diversidade.
Título de cidadã honorária para quem fomenta o ódio: uma vergonha para Curitiba
Antes de sermos parte de organização de mães, pais e famílias, somos pessoas que tiveram filhas, filhos e filhes. Como a grande maioria das pessoas que coloca alguém no mundo, desejamos primeiro que a vida seja preservada e com saúde, amor e realizações. Queremos que nossas crianças cresçam com direito à saúde, educação, lazer, moradia e alimentação saudável, e que possam ter amigos e amor ao longo da vida.
Esses desejos são comuns a todas as pessoas, não é exclusividade nem privilégio tê-los para nossos filhos. Sonhamos com o dia em que a forma de amar ou de se identificar não faça diferença nas relações sociais, no mundo do trabalho e no ambiente escolar.
Em 17 de maio de 1990, a Organização Mundial de Saúde (OMS) retirou o “homossexualismo” da CID-10, o catálogo de classificação das doenças, uma vez que o sufixo “ismo” remete à doença (como reumatismo, raquitismo etc.). Mesmo assim, ainda há pessoas e profissionais que ignoram esse fato e acreditam que orientação sexual e identidade de gênero devam ser consideradas “desvios ou patologias”.
Portanto, é preciso deixar claro que não existe associação entre orientação sexual e identidade de gênero com patologia. São comportamentos e condições humanas como qualquer outra. Mais: não existe nenhuma ligação entre ser LGBTQIA+ e pedofilia.
Pedofilia, essa, sim, é uma doença que acomete pessoas heterossexuais principalmente. Discursos de ódio que se amparam no preconceito e na ignorância desses fatos e no preconceito são discursos que visam o sofrimento e a destruição de pessoas e de famílias como as nossas. Sim, não só nossos filhos, mas também nossas famílias sofrem violências físicas, psicológicas e verbais. E tudo que pedimos é paz e respeito.
Nesse sentido, AS MÃES PELA DIVERSIDADE, vêm a público manifestar-se contra a entrega do Título de Cidadã Honorária concedido pela Câmara de Vereadores de Curitiba à senhora Deuza Maria de Avellar. Dona Deuza fomenta a mentira, o ódio e a violência contra a população LGBTQIA+ e isso não pode ser considerada uma contribuição saudável a nossa sociedade curitibana.
Nós, mães e eleitoras desta cidade, consideramos esse título uma nova violência contra os nossos filhos. Pedimos que essa honraria, destinada aos cidadãos que fazem o bem pela cidade, seja revista. O bem não convive com o ódio.
Cidadania é para quem respeita os direitos humanos.
Mães pela Diversidade – Paraná
Curitiba, 08 de junho de 2022.